César Cielo, 101% e o que a Parla aprendeu no G4 Valley

César Cielo, 101% e o que a Parla aprendeu no G4 Valley
No último fim de semana, a gente esteve no G4 Valley, um daqueles eventos que lembram por que construir algo no Brasil exige certa teimosia e uma boa dose de obsessão saudável. Doze mil pessoas, os maiores empresários do país num mesmo lugar, e uma energia de quem ainda acredita em fazer empresas com profundidade, cuidado e disciplina
Mas, curiosamente, uma das falas mais fortes do evento não veio de um empresário. Veio de um atleta.

Quando a cabeça muda, o jogo muda

César Cielo, campeão olímpico, abriu uma das primeiras palestras falando sobre mentalidade no ambiente de alta performance e foi aí que a sala inteira deu aquela pequena endireitada na postura. Porque quando alguém que ganhou uma medalha de ouro fala, você escuta com outra qualidade de atenção.
Ele fez uma pergunta simples:
O que ganha uma Olimpíada? Talento? Disciplina? Habilidade?
Cada um arriscou um palpite. Talento aqui, habilidade ali, disciplina quase como unanimidade.
E então veio o plot twist: naquele nível, todo mundo tem tudo. Todo mundo é extremamente talentoso, disciplinado e habilidoso. A diferença não está no que você tem, está no que você faz com o que você tem.
Segundo ele, o verdadeiro divisor de águas é a disposição de levar tudo ao nível máximo de exigência.
Não no senso de perfeccionismo (que é paralisante), mas no senso de entrega.

Dar 101% no treino, não esperar a prova

Cesar Cielo é nomeado membro do International Swimming Hall of Fame - Cesar  CieloCielo contou uma história que ficou girando na nossa cabeça. Ele disse que não existe essa lógica de “treino mais ou menos, prova 101%”.

O treino é o dia da prova e tudo que você faz vira hábito para o dia em que realmente importa.
É a escolha de dar o melhor numa tarefa boba.
É responder um e-mail com atenção.
É resolver um detalhe operacional sem o impulso do “depois eu vejo”.
Ele descreveu isso quase como um músculo: quanto mais você pratica a mentalidade do 101%, mais ela aparece quando precisa.
No fim, não é sobre uma explosão de performance.
É sobre uma soma silenciosa de decisões pequenas, feitas com excelência.

A história da raia 8

Outra coisa que mexeu com a gente foi a história da final dos 100 metros nas Olimpíadas de 2008.
Não era a prova dele, não era seu ano mais consistente e ele tinha se classificado para a final meio no limite, caindo justamente na raia 8, onde, teoricamente, tudo é mais difícil.
Ele disse que, naqueles dias, estava fazendo as perguntas erradas:
“Por que estou nadando mal? Por que as coisas não estão indo como deveriam?”
Perguntas que te colocam no modo vítima, não no modo solução.
A virada veio quando ele trocou o “por quê?” pelo “como?”
Como nadar melhor da raia 8?
Como ajustar a estratégia?
Como fazer o máximo dentro das condições que estavam dadas?
Ele não foi para buscar uma medalha.
Ele foi para fazer o melhor possível dentro da realidade que tinha e isso mudou a prova inteira.
Essa história ecoou forte porque, no fim, o empreendedor está sempre na raia 8 de alguém.
Sempre há quem tenha mais recurso, mais estrutura, mais histórico.
Mas, às vezes, é justamente isso que te força a perguntar melhor e agir melhor.
Cesar Cielo em Pequim-2008 - Adam Pretty/Getty Images

Por que isso bate profundo na construção da Parla

A Parla sempre teve uma obsessão com detalhe, com costura, com caimento, com fio, com acabamento. Mas o que a palestra do Cielo lembrou é que detalhe não é técnica. É mentalidade.
É a insistência de fazer bem o que ninguém veria se estivesse mal feito.
É a disciplina de construir no micro para refletir no macro.
É a clareza de que não existe estética sem intenção.
E, talvez mais importante, é a consciência de que marcas não se constroem em saltos.
Elas se constroem em 100 dias seguidos dando 101%.

Documentando a mentalidade por trás das marcas

Esse tipo de reflexão é algo que a gente vem trazendo no nosso podcast Mentalidade do 1%, no Spotify, no YouTube e no Insta da Parla: o que estamos aprendendo enquanto construímos as marcas, como lidamos com as dificuldades reais do caminho e de onde tiramos inspiração para melhorar todos os dias.
Se a palestra do Cielo ensinou alguma coisa, é isso:
excelência não é um evento. É uma mentalidade.
E é exatamente isso que a gente tenta praticar e documentar.

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